domingo, 3 de julho de 2011

Novas espécies de Baryancistrus

Duas espécies novas de hipostomíneos do gênero Baryancistrus são descritas da bacia do rio Xingu. Baryancistrus xanthellus se diferencia de todas as outras espécies de Baryancistrus pela presença de pontos amarelos em todo o corpo e presença de manchas conspícuas amarelas nas pontas das nadadeiras dorsal e caudal. Baryancistrus chrysolomus se distingue de seus congêneres pela sua coloração escura uniforme e presença de uma faixa amarela nas nadadeiras dorsal e caudal. Apesar de não estarem formalmente descritos, esses peixes são muito populares no comércio aquariofilista internacional. Esperamos que essas descrições formais contribuam para melhorar a regulamentação brasileira no comércio internacional de loricariídeos ornamentais.

Baryancistrus xantellus

 
Coloração em vida. Corpo castanho escuro no dorso e laterais mais pálidos, sobre o abdômen. Numerosos e brilhantes pontos amarelos de mesmo tamanho sobre a cabeça, corpo, nadadeira dorsal, peitoral, pélvica, adiposa e caudal. Pontos amarelos quase do tamanho da pupila em juvenis, tornando-se proporcionalmente menores, mais numerosas e um pouco mais pálida em adultos. 
Espécimes jovens apresentam faixa amarela larga no terço distal da nadadeira caudal e nadadeira dorsal. Nos adultos, as manchas das nadadeiras dorsal e caudal tornam-se reduzidas.

Etimologia. Do grego Xanthellus = amarelo, devido a brilhante coloração amarela dos espécimes.

Nome popular. Conhecida no comércio aquaristico como "Amarelinho", Cascudo pepita de ouro", L018 e L085, Golden Nugget Pleco ou Iriri Golden Nugget Pleco - L177.

Notas ecológicas. Baryancistrus xanthellus é um das espécies mais observados nas corredeiras do rio Xingu, na área conhecida como "Volta Grande do Xingu" perto da cidade de Altamira, Estado do Pará. Espécimes jovens de B. xanthellus ocorrem em grupos de vários indivíduos em rochas no fundo do trechos rápidos. loricariid Outras espécies de loricariideos encontradas são Ancistrus spp., Oligancistrus punctatissimus, e uma espécie não descrita de Oligancistrus, indivíduos jovens de Baryancistrus aff. niveatus, Parancistrus nudiventris e Pseudancistrus sp. 
Espécimes adultos ocupam espaços maiores entre e sob pedregulhos submersos, bem como os espécimes maiores de Baryancistrus aff. niveatus, Scobinancistrus aureatus, Scobinancistrus cf. pariolispos e Hypostomus spp. A dieta de três espécimes examinados de B. xanthellus foi composta principalmente de algas diatomáceas e filamentos soltos de Spirogyra, que são comumente encontrados associados com sedimentos finos de areia e nos intestinos longos de loricariídeos (comprimento intestinal até 16 vezes o comprimento do corpo). Briozoários ocasionais e larvas de Chironomidae também foram encontrados. Observações subaquáticas  indicam que o alimento é raspado da superfície submersa rochas suavemente pelos dentes numerosos e bem espaçados.


Baryancistrus chrysolomus


Coloração em vida. Corpo marrom escuro ao verde-oliva no dorso e nas laterais mais pálidas, sobre o abdômen. Manchas muito pálidas sobre o corpo, dificilmente visível nas nadadeiras. Jovens com umaa faixa laranja na região distal das nadadeiras dorsal e caudal, tornando-se estreitas nos adultos.

Etimologia. Do grego Chryso, que significa laranja ou amarela, devido a faixa colorida na borda das nadeiras caudal e dorsal.

Nome Popular. Esta espécie é comumente conhecida no mercado aquaristico como "aba laranja", "Cascudo Magnum", "Mango Pleco" ou L047. 

Notas ecológicas. Baryancistrus chrysolomus parece ser muito mais raro do que B. xanthellus nos trechos rápidos de "Volta Grande "no rio Xingu. Nas áreas de corredeiras marginais, perto das margens do rio, são encontrados um ou dois indivíduos. Os indivíduos foram encontrados em rochas em locais com lenta a moderada água corrente, normalmente com acúmulo de sedimentos sobre as rochas e fundo do rio.
Outras espécies de loricariideos encontrados no mesmo habitat foram Peckoltia vittata e indivíduos jovens de Hypostomus spp. Adultos de B. chrysolomus foram coletados sob grandes rochas planas no fundo do rio, em locais com considerável quantidades de sedimentos finos. A dieta de B. chrysolomus (apenas dois espécimes analisados) é muito semelhante à descrita para B. xanthellus e foi composta por algas soltas (principalmente diatomáceas) e larvas de invertebrados ocasionais associados sedimentos finos e grãos de areia.
Mapa da área do baixo rio Xingu, mostrando os locais de coleta de Baryancistrus xanthellus (triangulos) and Baryancistrus chrysolomus (quadrados).


Para saber mais. Lúcia Rapp Py-Daniel, Jansen Zuanon and Renildo Ribeiro de Oliveira. Two new ornamental loricariid catfishes of Baryancistrus from rio Xingu drainage (Siluriformes: Hypostominae) Neotropical Ichthyology, 9(2):241-252, 2011.

1 comentários:

rodrigo disse...

ola amigo boa noit.
seu te enviar foto de uma peixe será que vc consegue identificalo?
eu nunca tinha visto essa epecie
é como o peixe desse post porem ele garras entre as nadadeiras e a boca.
c puder me add.rodrigo_bagrinho@hotmail.com.
para eu poder lhe passar mais caracteristacs desde ja agradeço