quarta-feira, 2 de junho de 2010

O gênero Pterophyllum

O gênero Pterophyllum foi originalmente descrito por Lichtenstein em 1823 como Zeus scalaris. O exemplar do gênero foi coletado no Brasil oriental, e o local exato de coleta é desconhecido. O holótipo (espécime-tipo) foi depositado em Berlim, mas se encontra perdido. Como o nome Zeus ja era pré-ocupado por outro animal, o mesmo deveria ser trocado.
Em 1840, Heckel propõe o gênero Pterophyllum para trocar o nome do peixe de Lichtenstein, o qual é usado até os dias de hoje. 
No ano de 1967 o Dr. Leonard. P. Shulttz, por solicitação do Museu Nacional dos Estados Unidos, efetuou uma revisão do gênero, classificando-o em quatro espécies: Pterophyllum scalare, Pterophyllum altum, Pterophyllum dumerilli e Pterophyllum leopoldi.
Kullander no ano de 1986 realiza uma nova revisão do gênero, e sinonimiza a espécie Pterophyllum dumerilli como sinônimo junior de Pterophyllum scalare, e finalmente ficando apenas três espécies no gênero. 

Etimologia: Pterophyllum, do grego pteron = pena, vela; e do grego phyllon = folha; referente a nadadeira dorsal alta, larga e triangular.

Sinônimos:
Platax Cuvier, 1831. — Neutro.
Plataxoïdes Castelnau, 1855.  — Masculino.

Até o momento, três espécies são conhecidas, P. scalare, P. altum e P. leopoldi.
Pterophyllum scalare (Lichtenstein, 1823)
Zeus scalaris Lichtenstein, 1823. Verz. Doubl. Mus. Berl. p. 114 (Brasil oriental)
Platax scalaris Cuvier, 1831. In Cuvier & Valenciennes, Hist. nat. Poiss. 7, p. 237 (Sem localidade tipo)
Plataxoïdes Dumerilii Castelnau, 1855. Anim. nouv. rares. Poissons, p. 21, pl. 11, fig. 3 (Pará)
Pterophyllum eimekei Ahl, 1928. Aquarium, Berl. 1928, p. 31, fig. p. 31 (Rio Negro)
Após a descrição inicial feita por Lichtenstein, outros investigadores publicaram revisões propondo novos nomes para a espécie. Em 1831, George Cuvier e Achille Valenciennes ao encontrarem a espécie depositada sem sua identificação, a nomeiam de Platax scalaris
Em 1840 o zoólogo alemão Johann Jacob Ernest Heckel mais uma vez mudou o nome daquela espécie para Pterophyllum scalaris. François de Caumont La Force, o conde de Castelnau, em 1855 descreve Plataxoïdes Dumerilii e em 1862, Günther muda o nome da espécie para Pterophyllum scalare.  Em 1928 Christoph Ahl descreve a espécie como Pterophyllum eimekei.

Apresenta 7,5cm de comprimento padrão (CP), 30-39 escamas ao longo da linha lateral e o entalhe no contorno pré-dorsal próximo ao focinho, sendo menos aparente a mancha preta localizada na base da nadadeira dorsal citada na descrição acima. Sua distribuição geográfica abrange a região da bacia amazônica no Peru, Brasil, Colômbia ao longo dos rios Ucayali, Solimões, Amazonas (até Belém), médio rio Negro e nos rios Madeira e Branco.Também é encontrado nos rios Araguaia (estado de Tocantins) e Oiapoque entre o estado do Amapá (BR) e a Guiana Francesa, no rio Essequibo na Guiana.  
 

Etimologia: scalaris, do Latin scala, um adjetivo referente a escada terminal, final; associado aos raios da nadadeira dorsal crescentes.
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Pterophyllum altum Pellegrin, 1903
 
 
Descrita por Jacques Pellegrin na bacia do alto Orinoco, Atabapo, Venezuela.
Esta espécie possue o corpo mais triangular, barras verticais mais amplas, contorno pré-dorsal mais visível, maior número de escamas (46-48) ao longo da linha lateral e comprimento padrão de 6,5cm. Sua distribuição compreende o alto rio Negro (bacia amazônica) e alto rio Orinoco nas regiões da Colômbia e Venezuela, preferencialmente em água preta e limpa 
 
Etimologia: altum, do Latin altus, um adjetivo de alto.
 
 
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Pterophyllum leopoldi (Gosse, 1963)
Plataxoides leopoldi Gosse, 1963. Bull. Inst. r. Sci. nat. Belg. 39 (35), p. 4, pl. I, fig. 2 (Furo du village de Cuia (rive gauche du Solimôes à environ 90 km en amont de Manacapuru))

O peixe é primeiramente descrito por Jean-Pierre Gosse em 1963, sendo sua localidade tipo o rio Solimões a 90 km de Manacapuru, sendo encontrados na Guiana e Rio Negro.
Esta espécie diferencia-se das outras por possuir a região pré-dorsal menos evidente, apresentando um contorno mais contínuo. Na base da nadadeira dorsal, possui uma mancha preta bem evidente.
É a espécie que possui menor tamanho (5 cm) e 27-29 escamas ao longo da linha lateral
São encontrados nas águas dos rios Solimões e Amazonas desde Manacapuru até Santarém e na
drenagem do rio Essequibo na Guiana (Kullander, 1986; 2003).

Etimologia: leopoldi, em homenagem ao Rei Léopold III da Bélgica (1901-1990), coletor da série tipo da espécie.


Referências:
Axelrod, H R. The Most Complete Colored Lexicon Of Cichlids: Every Known Cichlid Illustrated In Color. Hardcover, 864 pag. 1996.

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Adaptado e traduzido por Ricardo Britzke © Copyright 2010 ©

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